“O cérebro é capaz de fazer coisas extraordinária que não tem nada a ver com a paranormalidade”

CGP/DICYT A telecinese, a telepatia e outras pseudociências relacionadas com os poderes ocultos do cérebro foram protagonistas da primeira palestra da terceira edição do ciclo Incrível, mas falso do Museu da Ciência de Valladolid. Carlos Santamaría, professor titular do departamento de Psicologia Cognitiva, Social e Organizacional da Universidade de La Laguna, demonstrará todos os falsos mitos relacionados com estas práticas e falará dos poderes reais e igualmente “fascinantes” do nosso cérebro.

Em declarações a DiCYT, o professor indicou que ainda muita gente acredita que “somente utilizamos uma pequena parte do cérebro e que as demais coisas estão relacionadas com a paranormalidade”. “Há uma visão alternativa, na qual nosso cérebro é capaz de realizar coisas extraordinárias relacionadas com a percepção, a consciência ou o aprendizado, capacidades fascinantes que não tem nada a ver com o que é paranormal”, esclarece. No entanto, trata-se de “coisas tão cotidianas as quais não prestamos atenção”.

Com relação ao avanço da tecnologia e o desenvolvimento em diversos âmbitos de sistemas “inteligentes”, Santamaría acredita que as máquina “estão cada vez mais próximas de poder aprender por si mesmas, com mecanismos que se adaptam a situações de seu meio”. Contudo, “o cérebro natural não é um fato isolado, forma uma unidade junto com a pessoa e interage com os demais, e esse conjunto será difícil de ser desvelado por uma máquina”, agrega.

Carlos Santamaría apresentará, ademais, seu livro Pater Noster em um ato que será apresentado por Anastasio Rojo Vega, catedrático de História da Ciência da Universidade de Valladolid. Nele, afirma o autor, “também divulga-se a ciência através dos temas que contém”.

Trajetória

Carlos Santamaría publicou vários artigos de pesquisa em espanhol e inglês, além de cinco livros sobre Psicologia nas editoras Alianza Editorial, Siglo XXI, Ariel e Laetoli. Sua pesquisa, desenvolvida em várias universidade européias e americanas, foca-se nos processos de pensamento, compreensão e tomada de decisões. Obteve o Prêmio Nacional de Pesquisa Educativa.

Seu livro Marina Miranda ganhou o prêmio Benito Pérez Armas (2001). Nas datas em que foi concedido o prêmio surgiram diversos artigos na imprensa, bem como resenhas no rádio sobre a obra de autores como Isaac de Vega, Juan Cruz, Ernesto Suárez ou Sabas Martín. Seu segundo livro Pater Noster foi publicado em formato eletrônico e teve um grande sucesso na internet com mais de 10.000 downloads. Agora também está disponível em papel.

No âmbito da divulgação, participou de vários programas de rádio e televisão, e mantém o blog Doces Preconceitos.